Essa frase me veio a cabeça quando, essa semana, estava assistindo ao desfile das escolas de samba do Grupo A (RJ). Todo ano, o locutor pergunta ao comentarista responsável pela análise da bateria o que é surdo de primeira, de segunda e de terceira. Então, TOOODO ano, a explicação é tão complicada que todo mundo continua sem entender.
Mas ontem foi diferente. Quando foi perguntado, Pretinho da Serrinha, o comentarista responsável por avaliar as baterias desse ano, simplesmente disse:
"Surdo de primeira é o que marca o andamento de toda a bateria, fazendo TUM, TUM, TUM, TUM.
Surdo de segunda (mais agudo) é o que responde ao de primeira: TUM, TI, TUM, TI, TUM, TI.
E surdo de terceira é o que faz a ligação entre os outros dois: TUM, DIRIGUNDUM, TUM, DIRIGUNDUM, TUM, DIRIGUNDUM".
Pronto. Brilhante!
De fato, quando se domina um assunto, você pode falar dele de trás para frente e, ainda, pode simplificá-lo para que o outro compreenda e alcance o ponto de entrada no assunto (ponto onde a outra pessoa começa a compreender algo novo).
Aqueles professores que nós adoramos!
Todos nós tivemos professores que são exemplos de simplificação do complexo. Eles tinham, sem dúvida, o domínio e a arte das matérias que lecionavam.
Quando se domina um assunto e consegue visualizá-lo de diversos ângulos, você pode descosturar uma trama confusa, redesenhando-a de forma organizada e compreensível.
Saber 'limpar' é, também, uma atitude de confiança. Afinal, você está dando o 'caminho das pedras': está ajudando os outros a caminharem mais rápido dentro da busca de conhecimento em um determinado setor.
Por falar nisso, a empresa Google lançou o serviço Helpouts, cujo slogan é 'Ajuda real de pessoas reais em tempo real'.
O Helpouts te ajuda a encontrar pessoas que são especialistas no assunto buscado e estão conectadas por vídeo em tempo real. Elas podem cobrar por hora (ou seção), ou ainda oferecer gratuitamente seus conhecimentos.
Na minha opinião, o Google vai se sair melhor na batalha contra o Facebook porque a empresa entende claramente os tempos em que vivemos: ajudar as pessoas a limparem e explicarem a si mesmas a confusão em que estamos mergulhados. De outra forma, ajuda o ser humano a aprender e avançar em sua própria evolução.
Para fazer um belo contraponto, o Facebook funciona exatamente ao contrário. Ele limita cada vez mais o indivíduo, mantendo-o preso ao mesmo tipo de informação que já conhece (a rede social tem um filtro que na maioria das vezes só mostra as postagens das pessoas com quem você interagiu recentemente). Em outras palavras, você vai ter sempre mais do mesmo.
Porém, agora indo mais fundo ainda e fazendo um exercício dialético, será mesmo que as pessoas querem o efeito Google (aprender e se desenvolver em novas áreas do conhecimento)?
Ou será que elas querem o efeito Facebook (serem massageadas e receber informações e conhecimentos que vão sempre na mesma direção de suas crenças/culturas)?
A resposta para o que as pessoas querem vai ficar no ar. Mas a provocação é direcionada a você e não ao que a maioria vai fazer.
Então, pergunto:
- Você via deixar os Facebooks da vida te dizerem o que deve aprender ou não, ou vai tomar a dianteira de sua vida e de seus potenciais?
- Você vai deixar os Facebooks da vida ficarem massageando seu ego, entregando sempre o que você quer ouvir, ou vai então aceitar sair de sua 'zona de conforto' e partir na direção do que você pode realmente criar, fazendo a diferença na sua própria vida e no mundo?
Eu sei minha resposta! E você, sabe a sua?
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